Coragem é outra coisa

[Pausa aqui na nossa programação de ‘causos viajentos’.]

Eu aqui, sentadinha, acompanhando notícias matinais de facebook, os feedbacks das recentes postagens, e me perguntando o porque do estranhamento ao meu período sabático.

Coragem é bicho que anda tão super-estimado.

Se por um lado há aceitação de algumas pessoas, por outro as críticas infundadas tiram meu sono e mastigam meu juízo.

“Mas eu não acredito que você largou a faculdade pra isso!”

“Você é mulher, nunca vai sobreviver à América do Sul sozinha.”

“Como assim você ainda não é formada? Uma pessoa tão inteligente, deveria estar construindo um patrimônio, não vagando por aí.”

“Mas por quê? Por que largar toda sua vida e ir se arriscar desse jeito?”

“É perigoso demais. E desnecessário!”

“Mas e sua família? Seu namorado deixou?”

Essas são frases que ouvi/ainda ouço diariamente.

Desnecessário apontar o que há de errado com tudo isso, né? Todo machismo, toda misoginia, toda proteção desnecessária simplesmente porque sou mulher.

Mas como assim resolvi tomar conta da minha própria vida? “Mas, você é mulher, precisa ser proteg…” NÃO! Não sou feita de açúcar, não morri e, apesar de todas as coisas desagradáveis que aconteceram durante a viagem [e após], mesmo tendo voltado sem namorado, sem casa, sem emprego e completamente sem dinheiro, mesmo assim, mesmo com toda reprovação social, com meu diploma sendo protelado ad eternum, eu não me arrependo.

Malz aê!

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